Serraglio diz que interesses econômicos são os responsáveis pela pressão ao setor rural
Durante Plenária realizada no
evento sobre o Novo Código Florestal, no Recinto de Leilões da Sociedade Rural
de Umuarama, na tarde de sexta-feira (23), o deputado federal e vice-líder do
Governo na Câmara, Osmar Serraglio, disse que o interesse econômico
internacional é o grande responsável pela pressão que sofre o setor produtivo rural
brasileiro. Segundo o deputado, é uma forma de tentar acanhar a produção e com
isso evitar que o país se transforme na grande potência em que está se
tornando.
Ele citou como exemplo a
grande pressão sofrida pelo país por entidades como o “Greenpeace” da Holanda
que faz campanhas e manifestações no Brasil, porém, lá não se cobra o que se
exige daqui. “Eu estudei na Holanda
e tive a oportunidade de verificar que em seus rios e lagos nada se verifica do
que se pretende impingir aos brasileiros”, afirma o deputado. Serraglio
participou, juntamente com o deputado Aldo Rabello e com Moacir Micheletto (in
memorian), entre outros, dos levantamentos feitos pela Câmara dos Deputados
para a construção do Novo Código Florestal, viajando para estados como
Rondônia, Acre, Pará.
O deputado fez ainda questão
de destacar a importância que o agronegócio representa na balança comercial
internacional do Brasil. “O setor é o grande responsável pelo superávit de 350
bilhões de dólares deste país. São reservas produzidas pela agricultura,
pecuária, enfim, pelo setor produtivo rural brasileiro e que representa um
perigo para os interesses internacionais”. Ele lembra que em outros setores o
Brasil importa e exporta, gerando um equilíbrio, no entanto, importa-se quase
nada do setor rural.
Reservas
indígenas – Osmar Serraglio lembrou ainda que além da pressão
das questões ambientais o setor rural vem sofrendo uma grande ameaça com as
questões indígenas para a criação de novas reservas. “As reservas indígenas brasileiras ocupam
12,5% do território nacional. O número equivale a 1.069.424,34 quilômetros
quadrados de terra distribuídos em 503 terras indígenas já reconhecidas”,
diz Serraglio.
O deputado disse que tramita
no Congresso Nacional, medidas para que, antes de serem criadas novas reservas
indígenas sejam ouvidos o Senado que representa os Estados, a Câmara dos
Deputados que representa o cidadão e ainda cada um dos municípios envolvidos.
“Da forma que está, cria-se uma reserva e ficamos sabendo quando está tudo
pronto”.
Participaram da mesa
de debates, além de Serraglio, o Chefe Regional do Instituto Ambiental do
Paraná em Umuarama, o advogado mineiro Lucas Azevedo de Carvalho que é
especialista em Direito Ambiental e mestrando em Extensão Rural e, a representante
da Federação da Agricultura no Paraná – FAEP, advogada Carla Becker.