Ministro anuncia plano-safra das culturas de inverno no Paraná

Ministro Mendes Ribeiro que na semana passada recebeu Osmar Serraglio para tratar do assunto

A Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), o Sindicato e Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) e a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) promoveram, na manhã de segunda-feira (07), em Curitiba, uma reunião de lideranças do setor agropecuário e cooperativista paranaense com o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho. O encontro foi aberto pelo governador Beto Richa e contou ainda com a presença do senador Sérgio Souza, dos deputados federais Osmar Serraglio (coordenador da Bancada Federal do Paraná), André Zacharow e Alex Canziani e dos secretários executivo e de política agrícola do Ministério da Agricultura, José Carlos Vaz e Caio da Rocha, respectivamente.

“Foi uma oportunidade construída para promover uma aproximação maior da agricultura, da agroindústria do Paraná com comando da política agrícola do Brasil. Acreditamos que precisamos fortalecer o ministério da Agricultura como instância que define as políticas, para que esteja sempre informado e atento às dificuldades, aos desafios do dia a dia do nosso agricultor, das nossas agroindústrias, das nossas cooperativas e sindicatos. Nesse aspecto, a nossa reunião foi bastante proveitosa”, afirmou o secretário de Estado da Agricultura, Norberto Ortigara, que proferiu uma palestra sobre as potencialidades e gargalos enfrentados pelo setor agropecuário paranaense.

Coordenador da Bancada Federal do Paraná, Osmar Serraglio durante lançamento do Plano-Safra.

Trigo – Na oportunidade, o secretário de política agrícola do Mapa, Caio da Rocha, anunciou as medidas de apoio à cultura do trigo. De acordo com ele, houve a elevação e unificação dos limites de financiamento para custeio em apenas uma faixa, que é de até R$ 650 mil por produtor. Serão ainda destinados R$ 60 milhões para o pagamento das subvenções do seguro agrícola. Em relação ao preço mínimo, houve um reajuste de até 5%, sendo que os novos valores deverão vigorar entre julho de 2012 e julho de 2013. Foram ainda anunciados aportes de R$ 430 milhões para apoiar a comercialização de 2,8 milhões de toneladas da safra 2012 de trigo, por meio de instrumentos como o AGF (Aquisições do Governo Federal) e PEP (Prêmio de Escoamento do Produto).

Avaliação – Para o presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski, o anúncio da política de amparo à comercialização foi o ponto mais importante anunciado na reunião desta segunda. “O Paraná é o estado que colhe trigo mais cedo no País e, evidentemente, esse amparo no início da comercialização é importante porque nós temos uma concentração de produto e isso deteriora normalmente o preço de venda. Com a garantia de PEP ou outro instrumento, isso poderá dar uma segurada em relação ao preço praticado quando da colheita”, disse. Ele também chamou a atenção para a importância de serem tomadas providências em relação à importação de cereal, especialmente dos países do Mercosul.

“Nós precisamos de uma política de relacionamento com o Mercosul. Não é possível que o País deixe entrar trigo de outros países nas mesmas condições do cereal produzido aqui e de uma forma tão significativa em plena safra brasileira. E, neste caso precisamos do envolvimento não só do ministério da Agricultura, como também dos ministérios das Relações Exteriores, da Indústria e Comércio e da Fazenda para que a gente possa ter uma política mais consistente em relação ao trigo”, afirmou. “O Brasil produz 50% do trigo que consome. Nós precisamos de uma visão estratégica maior em relação à cultura do trigo porque ela tira do país em torno de dois bilhões de dólares em importações. Nós poderíamos estar gastando menos divisas e tendo geração de empregos dentro do nosso país ao invés de estar gerando emprego fora dele”, acrescentou o presidente da Ocepar.

Preocupação - Em entrevista coletiva, o ministro da Agricultura afirmou que o governo brasileiro está negociando uma solução para esse problema. “O Mercosul é uma questão que nos preocupa e nós temos que ter políticas diferentes porque nós somos diferentes. Tenho conversado com as autoridades argentinas para que nós possamos canalizar esse escoamento para depois que a safra brasileira acontecer. Tivemos sucesso no arroz, estamos tendo um pouco no trigo e é preciso continuar conversando nesse sentido”, disse.
Juros mais baixos – Durante a reunião com o ministro, o presidente da Ocepar apresentou ao ministro outros pleitos do setor cooperativista, como a redução dos juros. “Em 2005, a taxa Selic era de 19,12% ao mês, enquanto os juros do crédito rural eram de 8,75%; em 2007 enquanto a Selic estava em 11,85%, os juros do crédito rural estavam em 6,75% Agora, a média desse ano da Selic é de 9,5 e deve cair para 8% e nós continuamos com juros em 6,75%. Ministro, vamos brigar pela redução de pelo menos 1 ponto percentual nessa taxa?”, sugeriu ele.

Koslovski também solicitou apoio do Mapa para que setores como a avicultura e a suinocultura possam ser beneficiados com a desoneração de 20% da folha de pagamento, a exemplo do que já está ocorrendo com outros segmentos da indústria. Ele ainda entregou a Mendes Ribeiro uma proposta de criação de uma linha de financiamento de crédito operacional específico para as cooperativas, com limite de até 20% do faturamento.

Com informações da Assessoria de Imprensa da Ocepar.


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